O que é inventário e quando esse processo é necessário? Esse processo é uma das etapas mais importantes no direito sucessório e ocorre após o falecimento de uma pessoa. O inventário é o procedimento legal necessário para que os bens e direitos de uma pessoa falecida identificados, avaliados e devidamente distribuídos entre os herdeiros ou legatários, conforme a legislação vigente.
Esse processo pode gerar muitas dúvidas, principalmente para aqueles que estão lidando com a perda de um ente querido e precisam entender como regularizar a situação patrimonial deixada para trás.
Ao longo deste artigo, vamos explorar como esse processo ocorre, quais são seus tipos, as etapas envolvidas e o papel dos herdeiros durante o procedimento. Entender o que é inventário e como ele funciona é essencial para evitar complicações legais e garantir que a sucessão aconteça de forma tranquila e justa para todos os envolvidos.
O Que é Inventário?
Em resumo, inventário nada mais é que o procedimento legal pelo qual identificados os bens, direitos e obrigações de uma pessoa falecida, com o objetivo de realizar a divisão justa entre os herdeiros, conforme estipulado pela legislação vigente.
Esse processo conduzido dentro de um prazo estipulado, e seu principal objetivo é garantir que a sucessão aconteça de maneira ordenada e eficiente.
Quando uma pessoa falece, seus bens, que incluem imóveis, veículos, contas bancárias, investimentos, entre outros, passam a ser parte de uma massa hereditária.
Para que esses bens transferidos para os herdeiros ou legatários, é necessário que o inventário realizado. Esse procedimento feito de maneira judicial ou extrajudicial, dependendo das circunstâncias.
Por Que o Inventário é Importante?
De uma maneira bem objetiva, o inventário é crucial. Pois, sem a realização do inventário, os bens ficam retidos, o que impede que os herdeiros possam utilizá-los, vendê-los ou transferi-los.
Além disso, a ausência do inventário pode gerar complicações legais, como disputas entre os herdeiros ou problemas no pagamento de dívidas do falecido. Por isso, o processo realizado o mais rápido possível, observando os prazos estabelecidos pela legislação.

Tipos de Inventário: Judicial e Extrajudicial
Existem dois tipos de inventário que realizados no Brasil: o judicial e o extrajudicial. Cada um tem suas particularidades, que dependem do caso específico.
1 – Inventário Judicial
Em primeiro lugar, o inventário judicial aquele realizado por meio de uma ação judicial, quando há algum tipo de litígio ou quando os herdeiros não conseguem chegar a um acordo.
Esse tipo de inventário ocorre nos tribunais e conduzido por um juiz, que tem a responsabilidade de resolver os conflitos, determinar o valor dos bens e regular a partilha de maneira imparcial.
Este procedimento utilizado quando:
- Existe testamento que precisa validado judicialmente.
- Há herdeiros menores de idade ou incapazes.
- Os herdeiros não conseguem chegar a um consenso sobre a divisão dos bens.
- Existem dívidas quitadas e o juiz precisa determinar a forma de pagamento.
2 – Inventário Extrajudicial
Contudo, o inventário extrajudicial acontece fora do âmbito judicial, ou seja, diretamente em um cartório, sem a necessidade da intervenção de um juiz. Esse tipo de inventário só feito quando não há litígios entre os herdeiros e todos estão de acordo quanto à divisão dos bens.
O inventário extrajudicial tem como vantagem sua agilidade, sendo mais rápido e menos burocrático do que o judicial. No entanto, ele só permitido nas seguintes condições:
- Todos os herdeiros são maiores de idade e capazes.
- Não há testamento cumprido.
- Todos os herdeiros concordam com a divisão dos bens e não existem disputas sobre a herança.
No caso, o processo realizado no cartório, com a presença de um tabelião, que redige a escritura de inventário, a qual tem a mesma validade jurídica de uma sentença judicial.
Como Funciona o Processo de Inventário?
- Abertura do Inventário: Em primeiro lugar, é sua abertura, que realizada nos primeiros 60 dias após o falecimento do titular dos bens. Isso se deve ao fato de que o Código de Processo Civil (CPC) prevê que, se o inventário não aberto dentro deste prazo, haverá a incidência de multa sobre o valor da herança.
- Levantamento de Bens e Dívidas: Uma vez iniciado o inventário, o levantamento dos bens e dívidas do falecido feito. Isso inclui a localização de propriedades, contas bancárias, ações, investimentos e outros ativos, bem como o levantamento de eventuais dívidas, como empréstimos, impostos não pagos, entre outros.
- Pagamento de Impostos: Logo em seguida, realizado o pagamento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que é um tributo estadual. O valor do imposto varia de acordo com o estado, podendo ser um percentual do valor da herança.
- Partilha dos Bens: Após o pagamento de impostos e a quitação das dívidas do falecido, feita a divisão dos bens entre os herdeiros.
- Formalização da Partilha: Com a partilha definida, a última etapa é a formalização da divisão dos bens. No inventário judicial, isso ocorre por meio de uma sentença do juiz, enquanto no inventário extrajudicial, feito por meio da escritura pública de partilha.
Quando o processo é Necessário?
Para entender o que é inventário necessário sempre que uma pessoa falece e deixa bens ou dívidas regularizados. Caso o falecido possua imóveis, veículos, contas bancárias ou outros bens, o inventário é indispensável para transferir a propriedade desses bens aos herdeiros de forma legal.
Sem o inventário, a transferência de bens fica impedida, o que pode gerar complicações legais e bloqueios judiciais. Aliás, o processo essencial para a quitação de eventuais dívidas do falecido, garantindo que os herdeiros não responsabilizados de maneira inadequada.
O inventário também se torna necessário quando há herdeiros menores ou incapazes. Nesses casos, o processo garante que a administração e a divisão dos bens feitas de forma segura e responsável, com a nomeação de um tutor ou curador para zelar pelo patrimônio.
Sendo assim, em situações onde o falecido deixou um testamento, o inventário assegura que seus desejos cumpridos, tornando a partilha mais organizada e respeitosa à sua vontade.
Além disso, o inventário é essencial para resolver disputas entre os herdeiros. Quando não há consenso sobre a divisão dos bens, o processo judicial permite que o juiz intervenha para definir a melhor solução, de acordo com as leis.
Então, por isso, é fundamental que o inventário realizado de forma adequada e dentro dos prazos legais para evitar complicações e garantir que todos os aspectos da sucessão cumpridos corretamente. Para mais informações, consulte o site do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Possíveis Desafios
Por outro lado, por mais que o processo de processo tenha a intenção de ser simples, existem alguns desafios que podem surgir, principalmente em casos onde tenha disputas entre os herdeiros ou complicações relacionadas a dívidas. Alguns dos problemas mais comuns incluem, como por exemplo:
- Conflitos Entre Herdeiros: A princípio, quando os herdeiros não chegam a um acordo sobre a divisão dos bens. O processo de inventário pode se arrastar por anos. Esse tipo de disputa uma das principais razões pelas quais o modelo judicial mais utilizado.
- Dívidas do Falecido: Se o falecido deixou dívidas que precisam ser quitadas, essas obrigações precisam ser pagas antes da distribuição dos bens. Caso contrário, os herdeiros podem ser responsabilizados pela quitação das dívidas.
- Herança Jacente: Contudo, a herança pode ser considerada jacente quando não se consegue localizar os herdeiros ou quando não tem interessados em recebê-la. Nesse caso, o Estado pode solicitar a devolução dos bens.
Conclusão
Por fim, agora que você entende o que é inventário, fica claro como esse processo legal é fundamental para a correta divisão dos bens de uma pessoa falecida. Seja judicial ou extrajudicial, o processo garante que os direitos dos herdeiros sejam respeitados, e que os bens sejam transferidos de maneira justa, com o cumprimento de obrigações legais.
Portanto, é imprescindível que o inventário seja realizado assim que possível, a fim de evitar complicações futuras e garantir a paz entre os herdeiros. Assim, se você estiver enfrentando esse processo, é sempre recomendável procurar a orientação de um advogado especializado em direito sucessório para garantir que tudo seja feito corretamente e dentro da legalidade.